domingo, 22 de maio de 2011

Sem Espanto

E eu me perguntava quem era aquele cargo, qual seria sua cadeira, tentava pela roupa que vestiam, pelos lápis que usavam mas ainda poderia ser os óculos. Eu não sabia, eu estava perdendo no meu jogo de julgar. Condenado e viciado. Sentenças das letras daquela que queria se cuidar mais. Nas grades o alvoroço e os trocados e eu no espanto daquelas palavras, das marcas no corpo e do jeito que mexia o cabelo.  

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sem Rimas

Não há mais vento em fortaleza
Nem sorriso pra adorar
Não há mais sal no meu cabelo
Nem boca pra dessalgar
Não há mais sombra de Coqueiro            
Nem canga pra estender
Não há mais colo pra se deitar

Não há mais mar pra  se perder
Nem areia molhada pra brincar
Não há mais foto que tenha cor
Nem corpo pra bronzear
Não há mais silêncio pra dizer amor
Não há mais lua pra se amar














Mesmo que ainda fosse uma praia,
Eu não me entenderia.

sábado, 14 de maio de 2011

Sem Após

-Eu na verdade não o conhecí...
-Disse "é" cedo de mais
-Depois disso não conhece mais nada


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sem Massa ou Culpa

Do que somos nós a massa?
Modulares
De migrantes esperanças
Vazio que acomoda as cadeiras
De nossos templos
Vagalumes em noites de deserto
Indecisos
Aflorados sinais de estações
De nós
Que rogamos sob ruídos
Algum silêncio a nossas ações
Para exibirmos o nosso ante
Até voltar a nos repetir
Até a culpa cair sobre a terra
E nós cairmos sobre os braços
De nós
Que fomos nossas mães

domingo, 8 de maio de 2011

Sem Passagem

Esse set me fez sentir tão bem. É como aquela sensação que se tem quando se acha coisas antigas , os rabiscos nos cabeçalhos dos cadernos, aquilo que você era e pra quem você não precisa se justificar. Essa certeza do que você é, e o que você é não tem nenhuma coerência, a certeza aqui é o verbo, que não sai pra procurar nada mas a que tudo acontece.




Um convite ao vazio dos nossos nomes e ao medo coletivo do infinito - De possibilidades.


Bruno Marques - In Progress Março 2011 by djbrunomarques

sábado, 7 de maio de 2011

Sem Fronteiras

Até onde a voz chega?
Até onde a palavra significa?
Até onde a sensação pode ser descrita?
Não tão longe onde o som alcança
Ou onde a consciência o perturba
Onde a condição o disputa
Onde o dado se penumbra
Não sai nem um acorde de mim
O que sai já não é mais
A resolução o mutila
Decompõe quem concerne
Não segue o que rege
Pode ser que chegue
Nem precisa
Mais que seja
Chegue
Só chegue!
Cale o texto
Sinta sem fronteiras