quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Prosas de Menino

No que penso, o sexo se torna bom, diria útil, quando se torna uma forma de carinho, quando não há mais a necessidade de climas pornográficos, de atuações inevitáveis pelo desconcerto de ser o sexo um segundo encontro e assim haver necessidade de um personagem, de um charme excitante. Não acho que isso seja falso, mas vejo como nos  sentimos patéticos ao final de uma tranza. Por que é difícil ser bom ator e mais difícil é contracenar por que na primeira vez, não importa o tempo que nos conhecemos, somos desconhecidos, faz parte do fetiche  mas não preenche nenhum vazio. E vezes raras desconhecidos atuam como se fosse o mesmo filme que se passasse nas duas cabeças, raridade de espanto, tanto que é comum a impressão se arrastar pelo tempo, também não julgo falsa, mas soa como areia que se arrasta pelas dunas e com ela nossa falta.
O sexo sempre em preocupação de tempo, se transforma quando usa do tempo e se desliga das preocupações, quando o tempo que nos aflinge por desanimar tudo que nos parece caro, desanima nossas atuações, quando chega a fadiga de ter que distanciar duas ou três personalidades e juntamos tudo pra fazermos como um só. A mesma pessoa que cozinha ou chega cansado do trabalho, a mesma voz que grita ou pede desculpas, pra os mesmo sussurros, agora tão reais,os mesmos pedidos de desculpas em beijos, ou em sorrisos despreocupados , em banhos  ou lençóis, em completo silêncio pra se  olhar, ou em gritos pra se esconder de seu amigo, corpos achados e enfim almas, acredito que sejam, espero que sejam. Engraçado como o monótono que várias vezes me perturbou me fez enxergar o novo florescer, o monótono corroeu minha paredes e minhas defesas e derrotou um fardo e se desatou sem juízo. E se nossa existência inquietante e descontente deflorará esse novo laço, não sei, mesmo já tento sido cúmplice de tantas mortes, não sei, preciso não saber.

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